Vasco x Resende, 1ª rodada carioca.

Véspera de feriado, chego do trabalho com minha six-pack e vestindo a camisa para acompanhar o que eu esperava ser uma partida tranquila.

Só que esqueceram de avisar o Resende que era o Vasco jogando em casa, e o time suburbano entrou voando, ao contrário do mandante.

Por onde começar? É tão difícil, que eu não vou elaborar uma linha de raciocínio, ao invés disso, vou pingando algumas considerações:

1. Começando pelo básico: Todos os que vaiaram o time são uns babacas. O elenco não é nenhum luxo, e se não puder contar com o apoio da torcida, aí é que a coisa não vai andar mesmo, ainda mais na PRIMEIRA partida do ano. Embora as vaias sejam justificadas, não é possível que alguém pense que irão trazer algo de bom.Eu também vaio, defendo o direito do torcedor o fazer, mas quando há uma premissa, um motivo. Perder a primeira partida do ano, embora tenha sido vexatória não é. Nada está perdido e daqui a pouco já esquecemos isso.
2. Mas pior que a torcida que pagou ingresso vaiar o time por direito, é um jogador dar um ataque de perereca por isso. E justo o mais experiente do grupo. Felipe não é moleque, já está no futebol a muito tempo, como sua careca denuncia, e não é possível que seja a primeira vez que acontece isso com ele. Então o Vasco jogou mal, perdeu para o Resende, em casa, e ele acha que as vaias são injustas? É um sem-noção. Seria melhor se ele admitisse que o time foi bisonho e prometesse mais esforço na próxima, e se ele não aguenta a pressão de jogar no Vasco, talvez seja melhor pedir as contas mesmo, volta para o Catar, terra mágica onde não se treina, não há torcida, ninguém sabe jogar e te pagam milhões por isso.
3. Todos estão falando mal do Marcel, com razão, mas esquecem de observar que os laterais não acertam um cruzamento para ele. Para piorar, Ramon nem de longe lembrou o velho Ramon, e Fágner ainda teve o agravante de perder dois gols na cara, digno de aparecer no Fantástico como bola murcha.
4. A zaga titular não jogou ontem ( e provavelmente não jogará contra o ‘New Iguaçu”) e caso tivesse, talvez não tomaríamos aquele gol. Quem vai pagar esta conta?
5. E por falar em zaga, Cesinha não foi um craque, mas anos-luz a frente de Douglas, que volto a dizer, é um bosta. Todo lance era driblado, parecia um João-bobo e pelo alto não acertava uma, não a toa assim saiu o gol. Mas também não se pode creditar isso apenas a ele, já que ninguém marcava o atacante do Resende. Aí fica a pergunta: Jádson é tão ruim assim que nem quando a zaga titular não joga ele tem uma chance? Se for, para que  manter o cara no elenco?
6. Ramon falou que “ninguém é robô” no Vasco, e Felipe assinou em baixo, argumentando que o Resende se prepara desde Novembro, e o Vasco a dez dias. Mas ninguém explica como só o Vasco deu vexame. Flamengo, Botafogo e Fluminense tiveram o mesmo, senão menor tempo de treinamento e venceram. E aí? Argumento patético assim só pode ser rotulado como desculpa esfarrapada, eu fico puto com esse tipo de coisa, ninguém bate no peito para assumir a culpa, o erro, só se ouve desculpas, e se for para tirar ‘o seu da reta” é melhor que não se diga nada.
7. Falando em Português claro: A vida não é feita só de elogios, você precisa estar pronto para as críticas. Ramon, Felipe, e Carlos Alberto não são garotos de 17, 18 anos e deveriam ter isso em mente, que para quem mostrou tão pouco em campo, o mínimo é escutar a cobrança calado, como diria o “mestre” Lédio Carmona: “O vascaíno, como qualquer torcedor de clube grande, se acostumou a ganhar. E odeia perder. Não deve ser tão difícil aceitar essa realidade. O Vasco é grande. E sua torcida, ainda maior. O resultado é importante. Entender suas consequências e repercussão diante de quem interessa, ainda mais.”
8. Todo ano a tal “preparação” é a culpada.
9. Carlos Alberto está fininho, correndo muito, só falta soltar a bola, né?
10. Éder Luís irreconhecível, e Patric inclassificável
11. Eu tento, mas não dá para entender o PC: Entrou com Rômulo ( que ontem foi aquele Rômulo de costume, sonso) e Allan na meiuca. O Resende vinha e chegava sem problemas na frente da área, e o que ele me faz no segundo tempo? Tira o Allan e coloca Misael ( que fora um lindo drible assim que entrou nada fez) e deixa o Rômulo, que acompanhado já é ruim, sozinho. Aí o Resende fez a festa, porque o Vasco não foi mais ofensivo, e nem podia com tanta gente sem saber o que fazer na frente, e ainda piorou a marcação.
12. Sobrou até para o gramado!
13. Embora tudo isso dito, esse time do Resende é interessante, pode fazer graça no campeonato.

Agora é levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima. Ninguém esperava que o ano começasse com goleada, mas ninguém contava com derrota também. Apesar dos pesares, o Flamengo não teve o jogo fácil que o placar sugere, o Botafogo precisou correr para virar contra o Duque de Caxias e o Fluminense ganhou suado por um gol, ou seja, ninguém está muito na frente.

Sobre o jogo, acho que disse tudo, então vou falar rápido de duas notícias de hoje:

• Finalmente acertaram a saída de Zé boteco, e o Vasco que nem era dono do passe ganha 1,5 Milhão, um negócio da china. Melhor para todos assim, mas agora o Vasco precisa de uma peça de reposição, e a julgar pelo que (não) se fala, ninguém virá do Inter.
• No Calciomercato.com foi dito que o Genoa entrou em acordo para ter o “Mito” a partir de Junho. O seu empresário, via twitter, disse que não há nada oficial. “Ainda”.

Vamos ser realistas; mais cedo ou mais tarde o Vasco vai vender o Dedé, porque o cara é bom. E jogador bom tem mercado lá fora. E mesmo que o Vasco não queira, mais cedo ou mais tarde o empresário vai colocar ele na Europa, afinal de contas ele é pago para isso. Então ou o Vasco lucra com isso, vendendo, ou não, quando ficar sem contrato.

Saudações…/+/…

O JOGO

Com apenas um jogador em campo que não estava no elenco em 2010, Marcel, entrosamento não foi problema para o Vasco diante do Resende. Desde o apito inicial, os jogadores foram para cima do adversário acompanhando o ritmo da torcida nas arquibancadas de São Januário. Com Marcel bem marcado, a equipe chegava com mais facilidade pelas laterais, principalmente com Fagner, e nos avanços de Felipe e Carlos Alberto.

O capitão estava querendo mostrar serviço, e com muitas jogadas individuais dava bastante trabalho para defesa do Resende. Foi ele quem, aos 13 minutos, chutou uma bola por cima do travessão após boa jogada de Eder Luis e assistência de calcanhar feita por Felipe. Carlos Alberto era o mais perigoso, e esteve perto novamente de marcar após uma sequência de bolas divididas dentro da área. O camisa 19 tentou a finalização já caído, mas o goleiro Eduardo fez a defesa.

Apesar de mais preocupado com a defesa, o Resende também deu o ar de sua graça e assustou bastante. Fernando Prass precisou de esforçar para salvar o Vasco. Aos 20 minutos, por exemplo, o goleiro vascaíno segurou sem dar rebote um chute perigoso do meia Leonardo.

Perto do fim da primeira etapa, Fagner perdeu ótima oportunidade de frente para o gol após cruzamento de Eder Luis. O lateral-direito furou o chute e não conseguiu mandar para o gol. Embora tenha tido mais posse de bola e de as chances de gol terem surgido, o Vasco não acertou no último passe e foi para o vestiário com o incômodo 0 a 0 no placar.

Dando impressão de estar melhor fisicamente do que o Vasco, o Resende iniciou o segundo tempo dificultando ainda mais a vida do Vasco, que continuava a mostrar o mesmo problema de 2010, a dificuldade de penetrar na área e colocar a bola na rede. Vendo a necessidade de deixar a equipe mais ofensiva, o técnico Paulo César Gusmão tirou o volante Allan e colocou o atacante Misael. A primeira boa chance da equipe aconteceu logo depois em um chute de perna esquerda de Carlos Alberto. A bola bateu na defesa e saiu à direita da trave.

A melhor jogada do Vasco era pela direita, nas chegadas de Fagner e Eder Luis pela linha de fundo. Na hora do cruzamento, no entanto, a pontaria estava descalibrada. PC Gusmão apostou em Patric no lugar de Marcel, que pouco produziu, mas o cenário não mudou muito.

A paciência da torcida cruzmaltina durou até os 30 minutos. Quando o time começou a dar passes para o lado, sem efetividade, os torcedores vaiaram sem dó os atletas. Quem caiu muito de produção na segunda etapa foi Carlos Alberto, que tinha muitas dificuldades para dar sequência nas jogadas.

O pior ainda estava por vir. Aos 41, Tiago Bastos cruzou da direita na cabeça de Alexandro, que, livre de marcação, mandou para o fundo da rede de Fernando Prass: 1 a 0. Após o apito final, clima de revolta geral em São Januário.

FICHA TÉCNICA

VASCO 0 X 1 RESENDE

Competição: Campeonato Estadual (1º Turno - Taça Guanabara - 1ª Rodada)

Estádio: São Januário, Rio de Janeiro (RJ)
Data: 19/01/2011 (quarta)
Hora: 19h30min (horário de Brasília/horário de verão)

Renda: R$ 138.780,00
Público pagante: 6.305
Público presente: 8.576

Árbitro: Felipe Gomes da Silva (RJ)
Assistente nº1: Wagner de Almeida Santos (RJ)
Assistente nº2: Jackson Lourenço Massarra dos Santos (RJ)

Cartões Amarelos: Fagner 32'/1ºT, Douglas 26'/2ºT (VAS); Ramon 28'/1ºT, Gabriel 14'/2ºT, Leonardo 16'/2ºT (RES)

Gol: Alexandro (cabeça) 41'/2ºT (RES)

VASCO: Fernando Prass; Fagner, Cesinha, Douglas e Ramon; Rômulo, Allan (Misael 11'/2ºT), Felipe e Carlos Alberto [cap]; Eder Luis e Marcel (Patric 18'/2ºT). Técnico: Paulo César Gusmão.

RESENDE: Eduardo; Wellington, Anderson Conceição (Anderson Domingues, intervalo), Rogério e Kim (Thiago Bastos 9'/2ºT); Ramon, Leonardo (Fábio 19'/2ºT), Marcel e Gabriel; Alexandro e Marcelo Régis. Técnico: Paulo Campos.

Texto,vídeo,gráficos e ficha devidamente copiados da Netvasco.