Em outro capítulo triste de nossa história, o Vasco foi mesmo a frente e entrou com ação pedindo os pontos da partida contra o Atlético. Um autêntico puxar de tapete, porque certamente não o fariam se o Vasco tivesse ganho a partida.
Que ela não poderia ser reiniciada, é fato porque está nas regras. Como eu já disse, se alguém tivesse as lido, saberia disso e forçaria a remarcação da partida.
Mas aconteceu, e tomamos uma cipoada de 5. Time que toma cipoada de cinco três vezes no campeonato, perde pra Criciuma, Ponte Preta, passa o ano todo atrasando salários e com goleiro que escorrega na casca de banana, não merece ficar na série A.
Portanto, jogar a série B, não é “melhor” em nada, mas é o que nos cabe. É o honesto, o digno a fazer.
Clubes grandes também caem. Quem não caiu ainda, um dia vai cair. Quem já caiu, uma hora cai de novo. Um ou outro podem escapar disso, mas é um ciclo normal. E a palavra é essa; “ciclo”.
O ciclo dessa diretoria está prestes a acabar. Junho não tarda a chegar e certamente teremos novo presidente ( coisa absurda eleição no meio da temporada). O futuro do clube a Deus pertence.
Mas como ainda faltam seis meses para isso, é obrigação da diretoria fazer o melhor para o clube. Não vou entrar no mérito fora de campo, pois estou farto de falar sobre falcatruas e quero apenas me limitar ao futebol.
Quando o Roberto trouxe Ricardo Gomes de volta, meio que sem detalhar a função desse, o próprio disse que a cobrança deveria ser em cima dele. “Podem cobrar” . Bom, o resultado está aí.
Como todo vascaíno, tenho uma gratidão pelo Ricardo, que comandou o time num raro momento de felicidade da última década, mas o cara teve um AVC, ainda fala com dificuldade, e um ano depois já estava assumindo tamanha responsabilidade? Não me parece correto, e pior ainda que este tenha acumulado a função de diretor de futebol quando o René saiu.
Nas palavras do próprio Ricardo, “pensei que lutaríamos pela libertadores”. Porra! Se ele não enxergava que esse time não poderia chegar no G4 NUNCA, não é bom sinal. Me parece que ele tinha ainda alguma afinidade com o grupo dos tempos de treinador, e não soube analisar o time com frieza.
Não estou defendendo sua saída, mas acho que o Vasco pode começar trazendo um diretor de futebol de currículo, ( e deixando Ricardo com o futebol dentro de campo) um cara que saiba gerir recursos, prospectar atletas baratos e enxergar as fraquezas do elenco, além de manter o pessoal “na linha”, coisa que faltou diversas vezes esse ano. O Vasco em 2013 foi a casa da mãe Joana. Teve atleta tomando porrada na favela, jogador freqüentando mais balada que treino, e gente que não saia do boteco “São Nunca”. ( que agora é club Platinun) E como cobrar um pessoal que trabalhou “ fiado “ ?
Depois, manter o Adílson Batista que chegou e chacoalhou o time, espremeu um mínimo de futebol e botou ordem na putaria, não teve medo de barrar jogador que não estava comprometido com o time, e que está dentro de todas as características de um treinador para a série B. Este merece desenvolver um trabalho de longo prazo e não só pegar “rabudas”.
Jogar a série B, pelo menos, pode servir para botar ordem na casa. Organizar um time a partir do zero sem medo de ter que encarar time grande atrás de time grande. Todos sabemos que é uma baba, a cada time grande que cai, o número de rodadas com que eles garantem o acesso aumenta. A diferença de orçamento é tão grande para os outros times da B, que apenas o salário do Fred no Fluminense equivalia a toda folha salarial da Chapecoense, que foi vice-campeã. Cortando o orçamento pela metade do que foi esse ano, o Vasco ainda teria 200% a mais de orçamento que a Chape.
Então chega de ser barriga de aluguel e trazer um time todo de emprestados! Thalles, Henrique, Jomar, Luan, Marlone (se ficar), John Cley, Baiano… esses são os caras que precisam fazer a maior parte do elenco, atletas formados no Vasco. Estamos cansados de torcer para onze jogadores diferentes todo ano.
Isso não quer dizer que podemos passar da série B sem reforçar o elenco, porque 2014 não vai ser de férias para o Vasco. Jogar a série B não é fácil (apenas dentro de campo), os gramados são ruins, as viagens longas, e um dia se pode estar em Caxias do Sul numa friaca do cacete, e no outro em Fortaleza num sol de doer. Para nós, passar a série B só pode servir para esboçar um time que precisa estar de volta à elite em 2015, e metade dos que estão aqui não merecem vestir essa camisa.
Falaremos mais sobre isso em breve.