Infelizmente, eu estava trabalhando quando o Vasco entrou em campo. Sem poder ir à São Januário, assistir à partida ou ouvir o jogo pelo rádio, minhas unhas sofreram. Daí, quando voltava à redação, liguei para minha namorada para saber o placar da partida. Ela me disse: "1 a 0 Vasco, com um gol ridículo do Valmir". Comentei com ela: "Pelo menos, estamos vencendo. Tá bom".
Doce ilusão. Só de saber que o Vasco estava vencendo com um gol de um dos piores jogadores do Vasco já me deu uma certa aflição. Pensei: "ou vai ser a maior goleada do Campeonato ou vai ser um jogo sofrido". Não sei porquê, meu lado negativo estava falando mais alto e foi exatamente o que aconteceu. Quando passei na Linha Vermelha pela altura de São Januário, vi que o Vasco estava com um gol no placar, mas não consegui ver se o Atlético-PR havia empatado.
Cheguei na redação e minha namorada voltou a me ligar: "Já viu o placar? Você viu a cagada que o Jorge Luiz fez?". Pronto, aí estava a confirmação do sofrimento.
Não satisfeito, o Vasco tomou o segundo gol. Graças ao chute de Madson do meio da rua, nós, vascaínos, ficamos com um gosto menos amargo na boca. Mas o gosto ainda é amargo. O Vasco empatou por 2 a 2, em casa, contra um adversário direto. A penúmbra que tinha visto no fim do túnel fica ainda mais distante... mas ela ainda existe. Ainda torço que ela seja a saída do túnel.
Renato Gaúcho já adiantou que vai ser sofrido até o fim. Isso a gente já sabe. O que queremos saber é se vamos ter notícias boas ou ruins até lá.
...::: SOBRE O JOGO :::...
O primeiro tempo, confesso que não pude assistir. Mas, pelos melhores momentos, o jogo poderia ter ido para o intervalo uns 3 a 3. Pelo que vi no replay, o Atlético-PR poderia ter feito uns dois gols logo no início da partida: uma cabeçada que o cara furou na pequena área e uma bola na trave.
Sorte que o Vasco tinha Edmundo, que estava iluminado na distribuição de bola para os companheiros. Na primeira, ele deixou Mateus livre na área, que tocou para Valmir sozinho. Mesmo com o gol escancarado, quase que o lateral perde o gol. Mas a bola entrou, está valendo.
Depois, Alex Teixeira apareceu livre na cara do goleiro. Mas aí, o atacante tocou por baixo do goleiro e o zagueiro apareceu para tirar o gol vascaíno. Tudo bem, o Vasco ia para o intervalo com maior tranqüilidade.
Ia. O imbecil do Jorge Luiz resolveu transformar um tiro de meta para o Vasco em escanteio. Daí, no escanteio, o Atlético empatou.
Daí, um panorama que me dá muito medo: em casa e sob pressão, o Vasco não consegue jogar no ataque. Para piorar, ainda deixa o contra-ataque completamente exposto para o adversário. Foi assim contra o Cruzeiro, contra o Náutico, contra o Figueirense e também contra o Atlético-PR.
Foi assim que os paranaenses viraram a partida. Escanteio do Vasco, todo mundo foi para frente. Daí, no contra-ataque, Jonílson não soube o que fazer e perdeu a bola para Pedro Oldoni. O atacante lento e grandalhão levou a bola sozinho até a área e marcou, com a colaboração do goleiro Rafael.
O Atlético poderia ter feito pelo menos mais uns dois gols da mesma forma, mas os jogadores estavam sem pernas e esse mesmo Pedro Oldoni, lento e grandalhão, perdeu uma chance que Rafael defendeu e se redimiu.
Sorte que Madson resolveu colocar o Vasco nas costas. Ele parece ter lido o blog porque, depois que eu falei mal dele, ele resolveu jogar demais. Ontem, ele fazia tudo do ataque vascaíno. Ele só não batia o escanteio e ia cabecear porque ele tem 1,50m. Se ele tivesse 1,70m, ele faria isso. Ainda bem que futebol se joga com os pés e não com a cabeça e o baixinho acertou um petardo de longe para empatar.
Dos males, o menor. Melhor um ponto que nenhum. Mas, na posição que o Vasco está, o time não pode se dar ao direito de empatar em casa. Ainda mais contra um adversário direto nessa luta do rebaixamento.
VASCO 2 X 2 ATLÉTICO-PR
Local: São Januário, Rio de Janeiro (RJ)
Data/Hora: 30/10/2008 - 20h30 (de Brasília)
Árbitro: Wallace Nascimento Valente (ES)
Auxiliares: Fabiano da Silva Ramires (ES) e José Ricardo Maciel Linhares (ES)
Renda/público: R$ 265.995,00 / 22.743 pagantes
Cartões amarelos: Alan Bahia, Zé Antônio, Netinho, Antônio Carlos, Galatto, Ferreira (APR); Valmir (VAS)
GOLS: Valmir, 27'/1ºT (1-0); Julio dos Santos, 44'/1ºT (1-1); Pedro Oldoni, 16'/2ºT (1-2); Madson, 42'/2ºT (2-2);
VASCO: Rafael, Baiano, Jorge Luiz, Fernando e Valmir (Rodrigo Antônio, intervalo); Jonílson, Mateus (Pinilla, 20'/2ºT), Leandro Bomfim, Madson e Alex Teixeira; Edmundo (Alan Kardec, intervalo).
Técnico: Renato Gaúcho.
ATLÉTICO-PR: Galatto, Gustavo (Chico, intervalo), Antônio Carlos e Gustavo Lazaretti; Zé Antônio (Alex Fraga, 39'/2º), Alan Bahia, Valencia, Julio dos Santos (Julio César, 18'/2ºT) e Netinho; Ferreira e Pedro Oldoni.
Técnico: Geninho.
...::: MELHORES MOMENTOS :::...
...::: COISAS QUE NÃO ENTENDI :::...
- Por que Renato Gaúcho tirou Mateus, que estava bem, e não Leandro Bomfim, que volta de uma lesão de quase dois meses parado?
- Por que ele colocou o Rodrigo Antônio no lugar de Valmir? O cara poderia até estar mal em campo, mas estava com moral por ter feito o gol... Rodrigo Antônio é volante, que seria improvisado na lateral-esquerda... Por que não Wagner Diniz e Baiano na esquerda?
- Por que ele colocou o Alan Kardec primeiro em vez do Pinilla? Por que ele não fez o inverso?
- Por que Jorge Luiz? Por que ele entra em campo?!?!?!
...::: COISAS QUE EU LAMENTO :::...
- A lesão de Edmundo, quando ele era o ponto de equilíbrio do time (curioso isso, não... ele como ponto de equilíbrio. Enfim...)
- O segundo gol do Atlético-PR, que a bola passou por baixo da mão de Rafael... Esse goleiro não merece isso... Bom que ele se redimiu depois.
- O Vasco não sabe jogar pressionando o adversário...
É isso, galera...
Amanhã, escreverei mais sobre essa partida já projetando para o jogo de domingo, contra o Fluminense. Agora é reta final, não dá tempo de respirar.
SaraVasco a todos!