Atlético-PR 2 x 4 Vasco - Copa Sulamericana

O Vasco estreou de maneira espetacular ontem na Copa Sulamericana. Juro que, por mais otimista que estivesse com o time, e ainda mais sabendo de última hora que vários titulares seriam poupados, não esperava um grande resultado na nossa estréia na competição. Quando vi aquela "meiuca" formada por Amaral, Roberto "Lost", Andrade e Marcelinho, pensei: "Vai ser difícil fazer gol nesse jogo, a bola não vai chegar na frente." Me enganei redondamente...

É preciso dizer que o Vasco não fez uma partida tão boa assim. O placar, de fato, não conta o que foi o jogo. O Atlético começou melhor, mais perigoso. O Vasco por sua vez parecia nervoso, como se os jogadores que entraram em campo estivessem querendo mostrar serviço pro "professor" Celso. Andrade, por exemplo, podia ter levado cartão com 30 segundos de jogo, mas o juizão aliviou. O Atlético pressionou muito, e exigiu bastante de Silvio Luiz e da defesa vascaína. O time se defendia como podia até que numa falha do goleirão vascaíno, o Furacão saiu na frente.

Nesse momento, o futuro se anunciava trágico. No entanto, numa jogada isolada, que mudaria o panorama do jogo, o Vasco empatou com Rubens Junior. Como o gol fora de casa é critério de desempate na Sulamericana, o Atlético acabou tendo que sair pra buscar o resultado, e os espaços começaram a aparecer pro Gigante da Colina. Numa dessas, Marcelinho fez um passe de trivela de 30 metros, daqueles pra calar a boca de qualquer crítico (ops, olha eu aí...), e encontrou Abuda, que desencantou com a camisa do Vascão.

Veio o segundo tempo, e com ele o maior destaque da vitória de ontem na minha opinião: A volta do "Canhão de São Januário". Verdade seja dita que o Andrade não jogou um "partidaço", mas a facilidade que esse sujeito tem pra bater forte na bola, e com precisão, é espantosa. No primeiro tempo já tinha mandado uma de longe no gol. No segundo tempo, na primeira falta próxima da área ele ajeitou e disse: "Sai da frente todo mundo, saaaai...". A leitura labial já adiantava o que vinha pela frente, e não deu outra. Bola forte no canto, indefensável. Na falta seguinte, essa bem mais longe, Andrade não se fez de rogado e soltou outra bomba que quase arrancou a trave do lugar.

Sinto que o Andrade disputa vaga nesse time com o Perdigão, pois não tem a mesma capacidade de combate que o Amaral, que por sua vez é limitadíssimo tecnicamente. Praticamente todos concordam que o Perdigão deu muita qualidade no meio de campo do Vasco, principalmente no passe. Mas no futebol atual, ter um jogador especialista em bola parada é uma arma fundamental pra qualquer time. Por isso, confesso que não queria estar do lugar do Celso Roth. Difícil escolha essa que ele tem pela frente.

Voltando à partida, depois do terceiro gol o Vasco passou a dar uma segurada no jogo, se recolhendo para sair no contra-ataque. E foi o que acabou acontecendo: Numa subida errada do Atlético o Vasco roubou a bola e ela foi cair nos pés de Conca (que havia entrado poucos minutos antes) no mano-a-mano com o zagueirão adversário. Foi só dar uma balançada de lado, abrir espaço e soltar a canhota pra fazer o gol que praticamente garantia a classificação do Vasco pra segunda fase.

Garantia...até que veio o destaque negativo do jogo. Na fraca cobrança de falta de Ramon (aquele mesmo...), Silvio Luiz deu rebote e o Atlético diminuiu. Foi a segunda falha dele na mesma partida, o que abala a confiança de qualquer goleiro. É verdade que Silvio fez defesas dificeis durante o jogo, mas falhas simples como as de ontem sempre geram uma insegurança na torcida e nos jogadores em campo. Vida de goleiro é difícil mesmo!

Mesmo assim, foi um resultado excelente e agora o Vasco pode perder até por 2 x 0, ou 3 x 1 no jogo de volta que passa pra segunda fase da competição. A partida foi boa, pois deu ao Roth a oportunidade de botar alguns contratados pra jogar, e os titulares que jogaram não tiveram nenhuma contusão que desfalque o time pra partida de domingo contra o América-RN, pelo Brasileirão, em São Januário. Além disso, o Vasco quebrou ontem o tabu de nunca ter vencido o Atlético-PR na Arena da Baixada, e de quebra, manteve a invencibilidade deste blog, que desde que foi criado ainda não viu derrotas. Enfim, a noite de quarta foi realmente proveitosa...

Saudações