sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

“Més que un club!”

 

Quando falamos de futebol, o ápice do momento é o Barcelona.

René Simões sabe disso, e passou a noite de ontem com uma comitiva de menbros da direção vascaína em uma reunião explicando como o Vasco vai passar a trabalhar com uma filosofia semelhante à do clube catalão.

Quem já leu “A bola não entra por acaso” escrito por Ferran Soriano, aprendeu como a diretoria que assumiu os culés em 2003 transformou um clube que estava a seis anos sem títulos, e devedor de mais de 70 milhões de Euros, em uma máquina de ganhar dinheiro e títulos.

O “A bola não entra por acaso” é uma leitura obrigatória para quem quer entender o básico de uma administração eficiente de um clube de futebol. Incluo também “Soccernomics” escrito por Simon Kupfer e Stefan Szymanski, “A Dança dos deuses” escrito por Hilário Franco Júnior, “With Clough by Taylor” escrito por Peter Taylor, assistente de Brian Clough (cuja trajetória é retratada em parte no filme Maldito Futebol Clube), sem tradução no Brasil, e “Moneyball” escrito por Michael Lewis. O último é focado em beisebol, mas as regras podem ser aplicadas no futebol facilmente.

PS: Dúvido que metade dos dirigentes de futebol de hoje, ao menos SAIBAM da existência desses livros. E eu, que nem trabalho no meio, já lí todos pelo menos duas vezes.

Portanto, não há exemplo melhor para seguir.

É claro, estamos falando de uma “filosofia”. O Vasco não vai melhorar da noite para o dia porque vai imitar o Barcelona. É um trabalho a longo prazo, que vem desde as categorias de base, até chegar no time titular. Um jogador demora em média 12 anos para se formar em um clube, desde o fraldinha até o profissional. Mas se as categorias imediatamente anteriores ao profissional pelo menos trabalhem com o único propósito de formar atletas para o time principal, já é um começo.

No Barcelona os jovens, além de aprenderem a jogar bola, aprendem a jogar à maneira do Barcelona. São estudados jogos inteiros, e cada atleta precisa aprender a se comportar como um jogador que já integra a equipe principal. Ou seja, um joven centro campista assite a um replay de uma partida inteira assitindo a maneira de jogar do Cesc Fábregas dentro da tática do Barcelona.

E a tática do Vasco, qual é?

Hoje, podemos dizer que o Vasco joga de maneira muito semelhante, senão igual, à maneira que jogava na primeira passagem do Ricardo Gomes. É claro, os desfalques criados nesse período atrapalham.

É nessa hora de dificuldades financeiras, de cinto apertado, que a categoria de base pode fazer a diferença, e o Vasco vai se arrepender de ter deixado a base largada por tantos anos. Com falta de atletas de ponta, o espaço no plantel existe, mas não há um garoto que seja, capaz de vestir a camisa e assumir a posição.

Marlone, John Cley, Luan Teixeira, Romário…são todos jovens talentosos, principalmente o primeiro, mas não vão resolver o problema do Vasco. Pelo menos não em 2013. Quem sabe um deles se torne um titular futuramente… mas não agora, com certeza.

A categoria de base é o bem mais importante de um clube de futebol. É o sustento do time, o futuro do clube. O clube hoje é o reflexo do investimento na base a dez anos atrás, e o descaso do Vasco com a base é antigo.

Um comentário:

Liso disse...

Que coisa! Será o Rêne a salvação????
Pra mim um merda! feliz 2014 a todos.