segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A queda

 

Cristóvão Borges não resistiu o último infortúnio do Vasco e pediu demissão no início da noite desta Segunda-Feira.

Apesar de contar com o apoio do capitão do time, da diretoria e da maior parte da torcida.Inclusive a minha.

Nunca escondi que eu tinha um pé atrás com ele, por causa de decisões “geniais” como escalar quatro volantes contra o poderoso Nautico, ou improvisar o terrrível fabrício na lateral esquerda contra o Bahia ( e mais tarde, perdendo de 3, tirar um atacante para a entrada de um volante) só para citar as últimas.

Mas também isso não quer dizer que eu gostaria de ver ele fora do vasco, como eu já disse aqui quando o comando dele completou um ano. O Cristóvão, apesar de ter tomado algumas decisões sofríveis neste um ano a frente do Vasco, em saldo geral tinha crédito, tendo em vista as condições em que ele assumiu e o material humano de possuia. Mas também não deixa de ser verdade que ele assumiu um time pronto pelo RG, o que facilitou muito sua vida.

De qualquer maneira, essa saída é muito prejudicial ao Vasco. A essa altura do campeonato, arrumar de uma hora para outra um técnico com cacife para dirigir o Vasco é complicado, e eu nunca fui a favor de substituir algum profissional no meio do trabalho.O certo é; findado o campeonato, se analise a performance do treinador e se muda ou não, de acordo com essa análise.

Mas, a versão oficial é a de que ele pediu as contas, e não o Vasco que o mandou embora. O Cristóvão pode ter achado que essa era uma decisão digna, humana, cavalheiresca. Mas eu não acho, pelos motivos supracitados. Uma bola fora dele, que deixa o clube em situação ainda mais delicada.

Quem está disponível no mercado, com força para dirigir um Vasco, e que vai aceitar a “sombra” do Ricardo Gomes? O único que eu vejo com algum gabarito é o Marcelo Oliveira, que levou o Coritiba a duas finais de Copa do Brasil, e entrou para o Guinnes com o recorde de vitórias seguidas. Apesar disso, e de um aproveitamento de quase 63% dos pontos disputados, era bastante questionado por lá. ou seja, nada é garantido, não existe resposta fácil.

A culpa é da torcida que vaiou o Cristóvão tão vítima quanto nós mesmos, e da diretoria, que permitiu a saída do único que entendia de futebol por lá, Rodrigo Caetano, e pôs o bombeito no lugar.

Agora, para entender mesmo a situação do Vasco, basta ler a ótima coluna Futebol,coisa e tal de hoje:

Vasco despenca _ como o planejado!

Por: Gilmar Ferreira em 10/09/12 09:00

A falta de liderança executiva no departamento de futebol do Vasco foi preponderante no rebaixamento do time em 2008, estreia da gestão Roberto Dinamite.

Problema sanado em 2009 com a contratação de Rodrigo Caetano.

O gaúcho mapeou fraquezas e forças e "reconstruiu" a marca Vasco em onze meses.

A luta de Caetano em 2010 foi recuperar o prumo e projetar um novo modelo para o futebol do Vasco em 2011.

E fez isso, montando um elenco.

Há mais de uma década o Vasco não tinha exatamente um time competitivo.

E um elenco foi montado para 2011 com prazo de validade de dois anos.

Bastava saber administrá-lo, refinando-o, reforçando-o pontualmente a cada seis meses e projetando sua recomposição modernizando suas divisões de base.

Por isso, quando Rodrigo Caetano entregou o cargo em dezembro do ano passado, deixei claro que Roberto Dinamite estava assumindo a postura de um pateta.

O presidente do Vasco tomou para si o trabalho elaborado pelo executivo e o liberou para não ter que abrir a caixa-preta das divisões de base do clube.

Ele, Roberto Dinamite, assumiu a parceria com o empresário Pedrinho Vicençote, e seu vice de futebol, José Hamílton Mandarino, mais ligado à parceria com agente Carlos Leite, omitiu-se.

Ou seja: por seis meses, enquanto foi possível manter o trabalho de Caetano, o Vasco manteve-se de pé.

Mas sem ele o resultado previsível era este que está aí.

Portanto, culpar o técnico Cristóvão Borges, apesar de sua limitação, é varrer a poeira para debaixo do sofá: a culpa é do presidente do Vasco e de seu vice!

Roberto e Mandarino sabiam que abrir mão de Caetano, mentor e articulador do futebol, era como tirar um dos pilotis que sustentam a marquise de São Januário: a queda viria com o tempo...

O trabalho no departamento de futebol do Vasco hoje não segue filosofia nenhuma, e é todo calçado no relacionamento interpessoal de Cristóvão Borges.

Pior: a falta de um executivo para o futebol já compromete o planejamento para 2013, podendo ficar pior o que neste momento é ruim.

A saída?

O Vasco, como qualquer grande clube brasileiro, precisa de um profissional no comando executivo do futebol. Felipe Ximenes, do Coritiba, Paulo Angione, do Bahia, sei lá...

Alguém...

Alguém que poderia ser até mesmo tentar o próprio Rodrigo Caetano, que inúmeras vezes confidenciou a amigos que um dia retornará a trabalhar em São Januário.

Agora talvez não seja possível trazê-lo, em função de seu contrato com o Fluminense, mas não custa tentar.

O certo é que algo precisa ser feito que não seja demitir o técnico.

Não há mais prazo para reforçar o time, mas é possível melhorar a estrutura do futebol, adicionando capital humano.

Com sorte, salva até uma participação na Liberadores de 2013.

Em linhas gerais, é isso!

O Vasco está há um ano no G-4 porque soube reforçar sua estrutura em 2009.

E começa a cair porque abriu mão dela e não teve competência para remontá-la.

Que pena!

8 comentários:

Liso disse...

Tá tudo aí claro e definido os verdadeiros culpados!

Caio disse...

O grande problema agora é que mais uma vez nós (torcedores), pagaremos essa conta com o nosso sofrimento.

Roberto não merece administrar essa grandiosidade que é o Nosso Vasco da Gama.

Ruy disse...

Que fique bem claro que o Cristóvão é o técnico com melhor média de pontos na era dos pontos corridos do Campeonato Brasileiro, dificilmente ele será batido.

Vasconcellos disse...

Sucessos ao Cristóvão e que ele cale esses corneteiros de plantão.

Lima disse...

Covardia das grandes. Cristóvão foi massacrado por boa parte da nossa torcida. O tempo dirá.

Carla Lia disse...

Ainda decepcionada. Covardia é a melhor definição com o que fizeram com Cristóvão.

Lair Dias disse...

Teremos um novo técnico que vai motivar por umas 3 rodadas. Depois vai sentir a carência do elenco e, a lógica, é voltar a situação atual.

Digo disse...

Já estão nos sacaneando. Dizem que o Marcelo de Oliveira é o preferido do Dinamite porque ele é bi-vice da Copa do Brasil.

Vamos ter que aturar