quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

[Libertadores] Vasco 1 x 2 Nacional

 

Que estreia em amigos?

Após tanto tempo fora de uma libertadores, a torcida vascaína merecia uma volta mais bem-sucedida.

O que vimos ontem foi mais do que uma simples derrota, foi a queda de uma crença, a de que o futebol brasileiro é superior a todos os outros. Mais ou menos o que os santistas sentiram após os 4-0 do Barcelona.

Como o futebol brasileiro está defasado! Estamos falando não de um time qualquer, mas do Vasco da Gama, que é o atual campeão da Copa do Brasil, vice-campeão brasileiro e certamente uma das três melhores equipes do Brasil. E com todos esses predicados, tomamos um baile dos uruguaios do Nacional.

Não se enganem, 2 a 1 foi pouco. A diferença desse Nacional, para aquele Universidad do Chile, é um Vargas. É incrível o futebol dinâmico que esses dois times usam, veloz, objetivo, participativo. O Vasco não ganhou o meio campo, nem campo nenhum. Aonde um vascaíno pisava tinham três uruguaios por perto, parecia que havia 22 camisas brancas em campo e só onze pretas.

Um time muito bem distribuído, ocupando o campo todo inclusive as laterais e sólido defensivamente. Volantes que defendem, saem para o jogo COM qualidade, caem pelas laterais e aparecem chutando… e principalmente, velocidade.

Velocidade esta que faltou ao Vasco. De todos os jogadores em campo, apenas Thiago Feltri  poderia ser chamado de um jogador rápido. Nilton, Eduardo Costa, Felipe, Juninho, Diego Souza e Alecsandro, nenhum desses poderia puxar um contra-ataque. O Vasco esperava jogar com a bola nos pés, mas ao invés disso, correu atrás do Nacional o tempo todo. Principalmente porque os defensores uruguaios ocupavam uma grande parte do terreno atacando e voltando em velocidade. Enquanto o Vasco saía de seu campo defensivo com a bola nos pés, o Nacional já tinha voltado todo para a defesa. Se não bastasse, ainda existe um tal de Rolim na defesa deles que é um absurdo de jogador.

Fica a lição. De que o futebol brasileiro parou no tempo mesmo. Um time brasileiro tomar um vareio do Barcelona, hoje, não é nada de mais, mas estamos vendo os chilenos e uruguaios praticarem um futebol mais moderno e eficiente que o nosso, e não mudamos. Daqui a pouco Argentina e Brasil é que vão estar amargando o ostracismo no cenário mundial, enquanto esses dois vão despontar. Qualidade não falta aos times brasileiros, mão de obra de qualidade é abundante por aqui, mas que parou no tempo.

O Vasco pode, muito bem, surpreender ainda nesta libertadores. Mas para isso precisa aprender com o jogo de ontem. A camisa é muito forte, tanto que quase empatamos uma partida aonde futebol mesmo tomamos um vareio… mas nas fases finais isso não basta.

Mas fora o adversário, três fatores contribuíram para a derrota:

1) A ausência de um jogador de velocidade, como Éder Luís e Fágner.

2) A baixa qualidade de indivíduos como Felipe Bastos, Nilton e Max. Não é questão de posicionamento, é qualidade mesmo; passes errados, demora para recompor a defesa, falta de criatividade e principalmente de capacidade de desarme. O Nilton deixou todos irritados de tão lerdo que era com a bola nos pés tentando driblar o adversário e se enrolando nas próprias pernas. Fellipe Bastos só errou passes e cruzava na área de longe, e o Max… bem, o Max é o Max.

3) Tenório no lugar de Felipe. Sério Cristóvão? O time precisando de velocidade COM a bola e você me coloca o Tenório no lugar de um meia? E o Bernardo? o Vasco gastou três milhões e meio de reais com ele para ficar os 90 minutos no banco?

Para mim, ontem ficou algumas lições sobre o futebol moderno:

A primeira é que assim como o lateral,( que antigamente era obrigado a saber cruzar, e hoje vemos os melhores laterais do mundo como Daniel Alves que mal cruzam uma bola) o próximo jogador a mudar de figura será o volante. Vai sumir o volante grande, pesado, especialista em desarme e somente nisso, para entrar o volante participativo, menor e mais esguio, que desarma menos, mas ocupa melhor o espaço dele e de outros companheiros. Que chega na frente e cai pelas laterais, como por exemplo o Ramires, ex-Cruzeiro e estes volantes da La U e do Nacional.

A segunda é que quem insistir no jogo de posse de bola nos pés por muito tempo, vai afundar. O Nacional ontem teve quase 60% de bola nos pés, mas individualmente muito baixo. Cada jogador recebia a bola e quando não passava de primeira, dava dois toques, três na bola até passar para um companheiro. Como o Barcelona faz, e os outros estão imitando.

Dizem que isso que o Barcelona faz não é nenhuma novidade. Que o Brasil de 70, o Flamengo de 81 e por aí vai já inventaram isso a três, quatro décadas. Bom, eu não estava no mundo em nenhuma das duas oportunidades. O que eu conheço de futebol brasileiro é o tal de ter a bola nos pés, de jogo cadenciado, e esse, vai sumir. Quem sabe daqui a mais duas ou três décadas ele volte a moda?

E ficamos por aqui mesmo. Todos vimos o jogo, certo?

7 comentários:

Ruy disse...

Além da perfeita análise do Gabriel, destaco 2 vacilos: Bernardo de fora e o Allan não ter sido poupado no domingo passado, ambos fizeram falta.

Jogamos mal pacas.

abs

Zé Julio disse...

Meu Deus...Nilton, Eduardo Costa e Fellipe Bastos lentos, não marcam ninguem, ficaram na roda. Saudades de Jumar e Romulo.


sds

Liso disse...

O Cristovão foi estremamento vacilão, ele deveria ter colocado o Bernado no lugar do Felipe, e no segundo tempo recuar o Diego Souza e tirar o Nilton para a entrada do Tenório.

Digo disse...

Essa derrota vai pra conta do Cristovão.

Telmo disse...

Tomamos uma aula de futebol. agora so quero pensar no clássico e espero que o nosso interino não vacile novamente.

Sds

Paulo da Cancela disse...

Sumiu meu ultimo comentário...

Desse jogo só fica o quase golaço do D. Souza, seria uma obra prima. O resto é para se esquecer, principalmente do NILTON.

SDS

Carla Lia disse...

Esqueci desse jogo, só quero ver agora no Domingo. Tb não entendi a ausência do Bernardo.

sbs