terça-feira, 27 de setembro de 2011

Dar o exemplo

 

Dia desses eu prendi o dedo na porta e soltei um palavrão perto do meu filho, que apesar de seus dois anos já repete de tudo.

Óbvio que ele repetiu o palavrão, a sua maneira.

Eu não gosto que minha mãe, uma portuguesa cinquentona, fale palavrões perto dele ( que saem a torto e a direito) por medo que ele aprenda, por mais que, mais dia menos dia isso vá acontecer. Só que eu não dou o exemplo.

 

Estou falando isso porque hoje, a torcida compareceu em massa às portas do clube (e demais pontos de venda) para comprar seu ingresso para o clássico que vale a liderança contra o Corinthians em São Januário e encontrou filas enormes, mas nem todos encontraram ingressos.

Nosso presidente disse pela assessoria de imprensa que, se tivesse 100 mil ingressos, iriam esgotar do mesmo jeito. Talvez seja um pouco de otimismo, mas eu entendo o que ele quis dizer.

O que eu NÃO entendo, é isso:

(Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo)

Toda aglomeração de pessoas aonde uma parte delas não consegue o que quer está sujeita a manifestações, digamos, nem sempre amigáveis. Ficar fazendo zona na porta do clube, chacoalhando notas de 50 reais é uma atitude muito baixa, como se o clube pudesse vender a capacidade máxima do estádio (que não pode) e não o fizesse porque não quer. Esses  não são torcedores, são vagabundos.

Mas o clube tem a obrigação moral de dar o exemplo! E dispersar a multidão usando um extintor de incêndio é o cúmulo.

A diretoria afirma que não conhece o cidadão e irá apurar se ele é funcionário ou sócio do clube, e eu fico me perguntando, se ele não fosse funcionário, o que estaria fazendo dentro do clube com as portas fechadas, de posse de um extintor de incêndio que com certeza não viajou com ele pelo ônibus, carro ou pela ruas, estava na sede.

Também gostaria de saber até quando vamos ver a ação livre de cambistas oferecendo os ingressos do jogo pela rua, livremente.

A coisa já não é fácil: o estádio não é tão grande, virtualmente inexiste local para se estacionar, o acesso é tumultuado, cobertura contra a chuva não têm, banheiros são muito poucos…

Aí fica complicado querer mandar clássicos lá.

Mas que fique claro; tudo isso aí pode ser corrigido com um pouco de organização e criatividade. E com a ajuda da torcida também que poderia finalmente, a aprender a entrar cedo no estádio, sem violência, sem tumulto, sem assediar a torcida ou os jogadores adversários, enfim, DAR O EXEMPLO, para que a PM e a CBMERJ possam enfim liberar o estádio para abrigar clássicos.

3 comentários:

Liso disse...

Com a foto do careta, será fácil identificar o bastardo!

sds

Léo disse...

Pois é Gabriel. Já identificaram e demitiram o tal funcionário.

Acho também muito arriscado mandar clássicos em SJ. Além da pouca capacidade, ainda corremos sérios riscos de ver o Estádio ser destruido por vandalos.

Nao vale a pena.

A torcida tem apoiado. Está empolgada. Por isso, vale a campanha aqui pela PAZ.

Abraços.

Gabriel Gago disse...

Além do mais, tem o seguinte:

O Vasco não é como o Santos, que precisa da Vila para ter a maioria nas arquibancadas. O Vasco lota o engenhão e o maracanã também.

Contra a mulambada, talvez por um fator psicológico a bastante tempo não somos a maioria, mas contra qualquer outro time sim.

Eu sou e sempre fui a favor do mando de clássicos em São Januário, mas desde que o estádio esteja realmente pronto para isso, porque se for para arrumar mais problemas deixa pra lá.