[Brasileirão] Vasco 0 x 0 Internacional

 

A análise do jogo vai ficar a cargo do camarada Léo. Desta vez eu vou aproveitar a oportunidade para falar sobre um assunto que eu gostaria de levantar a bastante tempo:

Isso é, no mínimo, atitude antidesportiva. O arbitro levou cartão? O Felipe vai pôr na súmula que tomou um empurrão do juiz? O Wilson Seneme vai ser julgado pelo STJD?

Não, claro que não. Isso acontece com jogadores, técnicos e até dirigentes. Mas com árbitros não. O árbitro tem a faca e o queijo nas mãos; não pode ser expulso, pode falar o que quiser para os jogadores, já que eles não tem a temida súmula, e como o serviço deles é “freelancer” na pior das hipóteses, são suspensos do quadro da CBF. E daí?

Aonde eu quero chegar, é que existe uma disparidade entre a relação “jogador-árbitro” (ou técnico-árbitro) e a relação “árbitro-jogador”.

O árbitro é o único que não está sujeito a dar entrevistas, satisfação de porque tomou determinada decisão, o único que tem policiamento para sí mesmo, e no dia seguinte a partida, ninguém sabe dele. Se tornou um simples cidadão como eu e você.

Atitudes como a de hoje, a de sábado passado aonde a arbitragem ignorou pênalti claro em Carlos Alberto ( que só não tomou proporções maiores porque o Vasco eventualmente venceu) e tantas outras ( gol do Fluminense mal anulado contra o Galo hoje), só me fazem chegar a uma conclusão:

Enquanto os árbitros de futebol não forem profissionais, e que haja um centro de capacitação para estes, a figura do “juiz” de futebol será sempre desacreditada.

Pense comigo; Quando o Carlos Alberto caiu na área o que você disse? Eu sei o que eu, e a maioria dos vascaínos dissemos:

- Pênalti, juiz filho da p…. LADRÃO!

Talvez o meu subconsciente e o da maioria dos brasileiros já associou a figura do “juiz” ( e de políticos) a do ladrão, assaltante, corrupto. E não é para menos! Quantos exemplos podemos citar de árbitros que manipularam resultados no Brasil, e no exterior? Alguém esqueceu do juiz Edilson Pereira de Carvalho?

Portanto, quando gritamos “ladrão”, temos lá um fundo de razão, pelo menos de desconfiar.

A profissionalização dos árbitros não vai, de maneira alguma, extinguir os erros de arbitragem. Mas vai diminui-los. Pelo simples fato de que o profissional de arbitragem seria formado por um “colégio”, com normas e regras, aonde ele seria testado e eventualmente aprovado para exercer a profissão. Ele poderia se dedicar exclusivamente a carreira de árbitro, e seria exigido, analisado, cobrado, e julgado como tal. Assim como eu e você somos em nossas profissões.

(qual é o real tempo que um árbitro tem para estudar e se preparar para uma partida, se ele precisa trabalhar para sobreviver?)

É o que seu sempre digo; o problema é que o árbitro não precisa ceder entrevista. Se o treinador é entrevistado (inclusive é obrigatório!), se o jogador é entrevistado, porque o árbitro nunca é? Porque ele não precisa dar satisfações ao público que compareceu ao estádio e aos profissionais que participaram da partida?

Quando o árbitro for profissional, no mínimo a figura deles teria credibilidade porque saberíamos por qual tipo de exigências eles passaram. Hoje não temos nem ideia!

FICHA TÉCNICA

INTERNACIONAL 0 X 0 VASCO

Local: Beira-Rio, Porto Alegre (RS)
Data-Hora: 28/7/2012 - 18h30 (de Brasília)

Árbitro: Wilson Luiz Seneme (SP)
Auxiliares: Emerson de Augusto Carvalho (Fifa-SP) e Marcelo Carvalho Van Gasse (Fifa/SP)

Cartões amarelos: Fred, Guiñazú (INT); Dedé (VAS)
Cartões vermelhos: -

Gols: -

INTERNACIONAL: Muriel; Elton, Bolívar, Índio e Fabrício; Ygor (Josimar - 34'/2ºT), Fred, Guiñazú e D’Alessandro (Marcos Aurélio - 28'/1ºT); Jajá e Forlán (Maurides - 22'/2ºT). Técnico: Fernandão

VASCO: Fernando Prass; Auremir, Dedé, Douglas (Fabrício - 34'/2ºT) e William Matheus; Wendel, Fellipe Bastos, Felipe e Carlos Alberto; Eder Luis (Wiliam Barbio - 21'/2ºT) e Alecsandro. Técnico: Cristovão Borges

 

A palavra do convidado: Léo

Jogo fraco tecnicamente falando, com cara de zero a zero mesmo. Creio que se houvesse um vencedor no jogo de hoje, seria um placar injusto. Foram pouquíssimas chances de gol e muitos passes errados.

Nos primeiros 10 minutos de jogo, a bola ficou circulando entre os jogadores, num jogo truncado, chato. Deu para perceber logo, logo, que a equipe que tivesse aquele jogador decisivo (aquele mesmo, das bolas paradas, ou do lance individual), levaria a melhor.

Para o Inter, que estreava o melhor jogador da última Copa do Mundo, esperava-se mais. Ao final, pelo adversário, por jogar fora e sobretudo, pelo pouco que apresentou, o Vasco foi quem saiu no lucro. Resta-nos agora torcer para os veteranos da Unimed trucidarem o Galo Mineiro neste domingo.

Por incrível que pareça, a melhor oportunidade do jogo foi justamente do Vasco, quando, já nos minutos finais, Carlos Alberto, esgotado, ficou na cara do gol e isolou. Antes, apenas uma cobrança de falta do Felipe, em que o goleiro acabou jogando para escanteio. Muito pouco para 02 equipes de ponta.

O Vasco hoje não tem aquele jogador capaz de decidir uma partida, Até que o Diego Souza fazia este papel, mas vez ou outra. Nas bolas paradas, Juninho Pernambucano tem sido fundamental, hoje porem, sem ele, o Vasco ficou totalmente previsível. Contar com Eder Luís, Barbio ou Alecsandro pode ser perigoso.

Quanto ao Inter, após um primeiro tempo ruim, melhorou na segunda etapa, mas esbarrou na sempre firme defesa vascaína e, nos lances de perigo, Fernando Prass estava lá para conferir. Mas, cercado de estrelas, o time gaúcho acabou frustrando sua torcida.

Sem Dede, suspenso, Douglas saiu lesionado, Eder Luís apagado, temos mais um jogo difícil na sequência. Por enquanto, vamos mantendo a parte de cima da tabela.

Abraços e um excelente domingo para vocês.